A pergunta que nunca se cala: “Como faço para conseguir tirar aquela sonoridade maravilhosa que o saxofonista “X” consegue? Será que é a boquilha? Será que é a palheta? É mágica?”
A resposta é: NÃO!
Isso é possível com técnica e estudo.
O estudo é dedicação e repetição constante.
Importante: não existe mágica ou verdade absoluta principalmente sobre este assunto. O que temos e podemos fazer é estudar, experimentar e repetir e repetir e repetir.
A questão embocadura é muito subestimada pelos iniciantes e até mesmo por alguns que já tocam mais tempo mas sei o quanto isso pode mudar sua vida porque mudou a minha. Estudar exercícios específicos de embocadura são essenciais para evolução, bem como exercícios para flexibilidade, exercícios somente com a boquilha, somente com boquilha e todel, exercícios de registro invertido e exercícios de afinação com estes anteriormente citados.
Investir na embocadura é retorno certo em sua sonoridade. Não precisa ter muito tempo. De 5 a 10 minutos por dia já são suficientes para desenvolver esta técnica.
Experimente. Garanto que se você colocar uma meta diária em pouco tempo terá um resultado inesperado.
A embocadura influencia diretamente no seu som. Quer ter um som melhor? Invista nestes exercícios.
Lembro-me bem de um professor que usava boquilhas não tão “famosas” e tinha um som maravilhoso e perguntei: “Professor, acho que preciso trocar a minha boquilha, eu acho que meu som não tem volume, não tem a projeção que eu gostaria. O que acha?”
Ele, respondeu: “Acho que você precisa estudar respiração, exercícios de projeção, soprar no seu instrumento e fazer exercícios para melhorar sua embocadura”.
Quando ele disso fiquei meio em choque porque todas as pessoas com que eu conversava falavam para eu comprar uma boquinha de metal, uma boquilha assim, assada….e isso e aquilo. Mas, naquele dia escutei o meu professor e rapidamente percebi que a minha melhor opção era estudar sonoridade, projeção, respiração, e embocadura e, faço isso até hoje.
Você pode trocar todo seu setup e nada acontecer de diferente, a frustração baterá a sua porta.
Não se pode subestimar esses exercícios e técnicas jamais pois são poderosíssimos e nos dão liberdade para dominar e ter controle do nosso som. Então, antes de trocar seus acessórios, pense em estudar essas técnicas, procure por um professor que entenda sobre estes assuntos e que domine estas técnicas para te ajudar.
Sugiro que a escolha de sua boquilha deve ser feita após um amadurecimento da técnica e não antes, senão você corre o risco de cair em um ciclo vicioso de que o material, acessório/instrumento resolverá, o que somente o estudo e técnica poderão fazer.
Eu sempre me dou o tempo de um ano para uma adaptação de embocadura em uma nova boquilha.
Não temos como falar de embocadura sem falar em boquilha uma vez que embocadura é o ato de colocar a boca na boquilha.
Dedicar tempo para desenvolver e amadurecer a técnica é essencial para seguir com uma boa base no estudo do seu instrumento, neste caso o saxofone.
Acredito também que precisamos estudar coisas separadas e juntas.
Sugiro que estude cada uma das notas longas separadamente (nota por nota) – utilizando-se um afinador – a fim de trabalhar uma afinação em cada uma das notas mas também estudar as notas longas usando as escalas, com dinâmica (crescendo e decrescendo; decrescendo e crescendo, forte para fraco; fraco para forte), expressão e arpejos.
Como pode observar, temos muitas formas de usar as notas longas.
Importante: não é a quantidade de exercícios que nós fará chegar onde queremos e sim a qualidade, a capacidade de elevar um “simples” exercício a um nível muito elevado, dominando a técnica e nunca deixando de praticá-la.
Com este pensamento, conseguiremos nos livrar de distrações com inúmeros exercícios sem dominá-los, reduzindo e elevando nosso nível às alturas com poucos exercícios e muita repetição.
Lembre-se sempre de anotar, fazer um diário com o que foi feito em cada dia para não se perder.
Conte comigo e vamos em frente!
WM